domingo, 31 de maio de 2020

O Castelo de Edimburgo!

O que me levou para Edimburgo não foi o castelo, mas uma vez lá, fica impossível não querer visitar a principal atração da cidade. Eu já estava na capital escocesa há cerca de três semanas quando finalmente decidi subir a ladeira que leva ao castelo, a Milha Real [Royal Mile, em inglês], nome popular para uma sucessão de ruas que formam a principal via do centro histórico da cidade. Como o nome sugere, a Royal Mile é um trecho de aproximadamente uma milha escocesa que liga os dois pontos históricos da cidade: o Castelo de Edimburgo [Edinburgh Castle, em inglês] e o Palácio de Holyrood [Holyrood Palace, em inglês].

Vista aérea do castelo  portão de entrada no canto inferior direito.
Uma caminhada, sem pressa, ao longo da Royal Mile é uma verdadeira viagem no tempo. A via é repleta de casarões antigos, museus, cafés e muitas lojinhas de souvenirs [as famosas gift shops, em inglês] por todos os lados. O tartan, charmoso quadriculado ou xadrez escocês, cujas cores e padrões representam os clãs escoceses, pode ser visto nos mais variados produtos – são mantas, kilts, saias, boinas, acessórios, etc. – é de encher os olhos. E pra completar esse cenário épico e turístico, o som das gaitas de foles que vai inundando o ar... Até hoje me emociono ao ouvir as gaitas de foles, impossível descrever com palavras!

Seguindo a Royal Mile em direção ao castelo.
E lá adiante, erguido sobre o cume de uma rocha vulcânica chamada Castle Rock, está o Castelo de Edimburgo, que além de um monumento histórico ímpar é também considerado a maior atração turística de toda a Escócia. O castelo foi moradia dos primeiros reis e rainhas escocesas e ocupou um papel de grande importância na história do país, pois, além de residência, serviu de fortaleza e prisão militar. Mas o que poucos sabem é que ele também é considerado um dos lugares mais mal-assombrados do país! Siiiim!!!

O pátio que dá acesso ao castelo [Castle Esplanade, em inglês] está sempre lotado de turistas e bem na entrada ficam vários artistas de rua, na maioria das vezes vestidos de William Wallace [Lembram do Mel Gibson no filme Coração Valente?] e os famosos gaiteiros de foles [bagpipers, em inglês]. Os turistas amam fotografar com eles. Além disso, anualmente, durante três semanas em agosto, este mesmo pátio serve de palco à Royal Edinburgh Military Tatoo, uma parada militar que atrai visitantes do mundo inteiro.  E a vista lá do alto, gente? É espetacular, incrível, única – de lá é possível ver a cidade inteira e muito além... Só por essa vista o passeio já vale a pena! 

Artista de rua caracterizado de William Wallace fotografando com um menino turista.
Seguindo, logo à direita podemos ver uma estátua de bronze do Marechal de Campo Sir Douglas Haig (1861 – 1928) e mais adiante o portão principal que dá acesso ao castelo [Gatehouse, em inglês]. Emoldurando o portão principal estão as estátuas de William Wallace, grande líder escocês do final do século XIII, e do Rei Robert the Bruce. Bruce foi responsável por recuperar o castelo do domínio inglês em 1314. Wallace e Bruce são os dois corações valentes da Escócia. A arquitetura dali remonta à essa era medieval, de aspecto sombrio, gótico, e rica em detalhes.

Portão principal do castelo, emoldurado pelas estátuas dos dois heróis escoceses.
O lugar é repleto de histórias, salões, museus, capelas, memoriais, o famoso canhão das 13:00 horas [One o´Clock Gun, em inglês], joias da coroa escocesa, a chamada pedra do destino, um pequeno cemitério destinado aos cães dos soldados, e muito mais. Eu demoraria horas pra descrever tudo pra vocês, então aqui vai a minha dica, se vocês têm planos de visitar o castelo algum dia, programem bem a visita! As filas, tanto para comprar o ingresso de entrada como para a visitação lá dentro, são sempre grandes, e o complexo do castelo é enorme! Uma visita às principais construções pode demorar de duas a três horas.

Típica loja de souvenirs ao longo da Royal Mile.
Eu confesso que não tenho muita paciência, mas uma opção interessante pra quem gosta de fatos históricos são os tours guiados, que duram aproximadamente 90 minutos; o valor destes, incluindo a entrada para o castelo, está em torno de 35,00 euros hoje. Já o valor do ingresso sem guia está em torno de 20,00 euros. E minha última dica é pra quem gosta de comprar lembrancinhas de viagens, os produtos da loja de souvenirs dentro do castelo são exclusivos, não são vendidos nas demais lojinhas da Royal Mile. Portanto, oportunidade única!

Um registro meu durante o primeiro passeio que fiz pela Royal Mile.
No próximo relato quero falar um pouco mais da Royal Mile, é tanta riqueza cultural e histórica num mesmo lugar que chega a ser difícil descrever as sensações e emoções que eu experimentei enquanto caminhava por ali! Definitivamente, um dos meus lugares favoritos em toda Edimburgo!

Até breve, pessoal!

domingo, 24 de maio de 2020

Vivendo Numa Terra Lendária!

Era comecinho do inverno no Hemisfério Norte e as temperaturas já estavam bem baixas, chovia com bastante frequência e quase não se via a luz do sol. Escurecia antes das 4:00 da tarde e amanhecia por volta das 10:00 da manhã. Os primeiros dias foram bem confusos pra mim, porque além dessa diferença climática havia também a diferença de fuso horário, e até ajustar o meu corpo às mudanças, dormir foi o que mais fiz. Acho que foi por aqueles dias que aprendi a expressão, “sleep like a log” [um equivalente em português seria, “dormir como uma pedra”].

Durante as primeiras semanas me permiti ser turista, sem preocupação com trabalho ou estudos. E a Mrs. Simmons procurava me incluir na programação diária dela, sempre que possível. Desde idas ao correio, até eventos de final de ano em escolas e igrejas locais. Ela era professora de inglês para estrangeiros e recebia estudantes das mais variadas partes do mundo com bastante frequência. Na época passaram por lá, além de mim, um grupo de chineses e também uma estudante espanhola, e a minha anfitriã incentivava muito que interagíssemos uns com os outros.

Da esquerda para a direita, Mrs. Simmons, Antonia, a estudante espanhola, a filha da Mrs. Simmons, cujo nome não lembro, eu, Sheila, melhor amiga da minha anfitriã e Jung Hong, estudante chinesa, num momento muito especial de confraternização.
E assim, não demorou muito para eu fazer amigos por lá! A primeira pessoa com quem me conectei foi Jung Hong, uma enfermeira e estudante de mestrado chinesa, logo depois conheci Mercedes, uma peruana que trabalhava como babá para uma família escocesa, e mais tarde, fiz amizade com Romero, um rapaz espanhol, estudante de doutorado numa universidade local. Cada um deles teve um papel importantíssimo na minha adaptação e no entendimento dos hábitos daquele lugar! Éramos todos estrangeiros aprendendo a viver longe da pátria mãe.

A rotina nas casas britânicas por onde passei era um pouco diferente da nossa, lá tomava-se o café da manhã, que não era muito diferente do que temos aqui, mas fazia-se apenas um lanchinho para o almoço, como legumes crus ou uma salada ou um sanduíche, e a refeição mais importante do dia era a janta, quando a família se reunia para cozinhar e conversar. Eu tinha liberdade para preparar as minhas refeições como eu quisesse, mas logo acabei entrando no ritmo deles.

Aprendi a tomar chá preto com leite, e fiquei viciadinha em “chocolate digestive biscuits”, um biscoito crocante com uma cobertura de chocolate, que só de lembrar dá água na boca. Aprendi a atravessar a rua sem ser atropelada, pois toda vez que eu achava que tinha identificado de onde vinham os carros, aparecia um de uma direção diferente das que eu havia previsto. Percebi que banho diário é coisa muito nossa, mas me apaixonei por banho de banheira e sinto uma saudade danada de ficar mergulhada na água quentinha até a pele enrugar toda!

Os famosos Chocolate Digestive Biscuits!
Conheci a neve, e aprendi que neve vira gelo e que não é nada divertido andar sobre o gelo! Percebi que o humor dos escoceses é completamente diferente de tudo que eu já havia vivenciado até então. Descobri, ou melhor, decidi que um dos momentos mais especiais do dia era depois da janta, quando a Mrs. Simmons me chamava para a sala de estar para assistirmos as séries britânicas de TV que ela mais gostava. Lembro de “Miss Marple”, “A Touch of Frost", “Midsomer Murders” e também de “The Inspector Lynley Mysteries”.

Descobri que para os escoceses televisão é “telly", banheiro é “loo”, e que a parte mais difícil da comunicação é dizer o nome dos lugares. Pensem na minha dificuldade pra entender ou dizer nomes do tipo, “Drumnadrochit” ou “Urquhart” ou então “Argyll”, e olha que esses são nível iniciante! E a cerveja, gente, vocês sabiam que é servida em temperatura ambiente? Sorte a minha não gostar de cerveja! Enfim, foram dias incríveis, de muitas descobertas, muitas aprendizagens, muitos passeios, mas, sobretudo, dias muitíssimo felizes! E muita calma nessa hora, porque ainda tem muita história pra contar!

Uma Gaúcha em Solo Escocês!

Para aqueles que não sabem, a Escócia fica ao norte da Inglaterra, mas as diferenças culturais, e até mesmo linguísticas, são bastante acentuadas entre os dois países, como eu pude comprovar nas minhas andanças por lá. E a capital escocesa, Edimburgo, é uma cidade relativamente pequena quando comparada à outras capitais mundiais, vivem lá em torno de meio milhão de habitantes, mas ainda assim, um dos lugares mais visitados do mundo. 

O Castelo de Edimburgo,
construído no final do século XII.

Também pudera, para uma cidade que abriga um dos mais famosos castelos do mundo, uma ponte ferroviária de beleza arquitetônica ímpar, uma das mais prestigiadas universidades de todos os tempos, fabulosos campos de golfe, além de ser palco para um dos maiores festivais da terra, atraindo uma infinidade de turistas das mais diversas regiões do planeta todos os anos, não poderia ser diferente. Além disso, a capital escocesa tem muita história pra contar.

Segundo uma amiga da época, passear por lá é como mergulhar num livro de história, cada prédio, cada rua, cada monumento, parque ou praça tem uma história que os escoceses amam compartilhar. E diante de tanta riqueza cultural e histórica, além da elegância e das belezas naturais que ainda vou descrever, não foi difícil me apaixonar por Edimburgo e pelas lendárias terras escocesas! Não fossem os laços que me prendem a minha terra natal, eu certamente moraria nessas terras longínquas uma vida inteira.

Já se passaram 15 anos desde o dia em que pisei em terras escocesas pela primeira vez, mas algumas lembranças ainda continuam bem vivas na memória, o cheiro adocicado da capital, a tonalidade escura da paisagem urbana, o trânsito avesso, o bom humor dos escoceses, o som da língua inglesa por toda parte, a rotina e os hábitos diferentes, as casas quentinhas, as pouquíssimas horas de luz do sol durante o inverno e o frio de congelar até os ossos, e, sobretudo, os passeios incríveis que fiz por lá!

Uma das principais ruas de Edimburgo, a Princes Street, vista do alto da colina de Calton Hill.

Como eu já relatei anteriormente, a minha anfitriã me aguardava no aeroporto. Foi um encontro tranquilo e sem formalidades, assim como foi o trajeto até a casa dela, não mais de 30 minutos, eu acho. Conversamos a maior parte do tempo, e o medo de não conseguir me comunicar se dissipou bem ali. A paisagem que eu via do carro não era das mais belas, mas isso não importava, eu estava vivendo um sonho! Chegamos à casa dela por volta das 4:00 da tarde, e já escurecia. Descarregamos a bagagem, ela me mostrou os principais cômodos, e então me conduziu até o quarto que seria meu.

Aquele, com certeza, era o quarto mais confortável que eu já havia tido em toda a minha vida. Não tinha nada de extraordinário ali, apenas uma cama de solteiro, uma escrivaninha, luminárias, espelhos, um móvel com uma pequena TV de tubo e um guarda-roupas. Mas era muito diferente de tudo que eu conhecia. Era pequeno, mas aconchegante, confortável e bem quentinho, apesar do frio que fazia lá fora. Enfim, era um quarto europeu inteirinho só pra mim!

A casa da Mrs. Simmons.

E as surpresas não pararam por ali! Sobre a escrivaninha, havia um cartão de boas-vindas que a querida Dorothy, a senhora responsável por organizar minha acomodação em Edimburgo, havia deixado pra mim. Até hoje me encantam essas gentilezas dos britânicos, cartões de boas-vindas, de agradecimentos, de festividades, de aniversário, de melhoras, entre tantos outros. É um universo totalmente diferente deste onde estamos inseridos, mas um que me encanta muito.

Outra diferença bem significativa está nas residências escocesas, quando comparadas às nossas. Os tipos de moradia são bem variados, desde apartamentos em condomínios simples até mansões e castelos. Na época em que morei na capital escocesa, os prédios de apartamentos não chamaram muito a minha atenção, acho que se mesclavam às demais construções sem mudar muito o perfil e a arquitetura da cidade. E uma tendência mais recente que surgia era a de transformar prédios antigos como armazéns, escolas e até igrejas, em apartamentos.

A maioria das casas que eu vi eram geminadas [terraced houses ou row houses, em inglês], em fileiras de 3 até 30 casas, possibilitando a construção de mais residências num terreno menor. Ou então geminadas em somente um dos lados [semi-detached houses], como era a da minha anfitriã. Além desses estilos, havia também as casas independentes [detached houses] e os sobrados [two-story houses]. E no interior do país era comum ver os famosos chalés ou casas de campo com telhado de palha [thatched roof houses].

As fileiras de casas geminadas, conhecidas como terraced houses ou row houses.

Mas independente do estilo das casas, o que havia em praticamente todas elas era: alarme contra incêndio, se você fazia um bife o negócio já disparava; aquecedores nas paredes de todos os cômodos; carpete pela casa toda, inclusive nos banheiros; banheira ao invés de box com chuveiro; e interruptor pra ligar e desligar as tomadas. E somando a isso, naquela época não havia muita preocupação com a segurança, era comum as pessoas deixarem as portas das casas destrancadas e os carros na rua, algo inimaginável aqui no nosso Brasil.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Can I See Your Passport, Please?

Aquela não era apenas uma viagem para o exterior, era a aventura de uma vida, a realização de um sonho, uma experiência que transformaria a minha existência para sempre, e as 24 horas entre a minha partida e a chegada no meu destino, a Escócia, seriam as mais tensas e intensas já vividas até então. Muitas incertezas me assombravam naquele momento, mas a maior, sem dúvida, era a permissão para entrar no país. Alguns amigos da época não cansavam de me alertar pra essa possibilidade.

Talvez vocês não saibam, mas é bastante comum viajantes do mundo inteiro, mesmo com vistos de permissão emitidos no país de origem, terem a sua entrada em países estrangeiros negada. As políticas de imigração são bem complexas, e nem sempre as razões que levam os oficiais a negarem um visto ficam claras, acho que muitas vezes dependemos da sorte ou da boa vontade do cidadão por quem somos entrevistados no guichê de imigração.

Depois de organizar tudo num tempo recorde de menos de 3 meses, finalmente o grande dia havia chegado! Era o comecinho de dezembro de 2004, e um casal de amigos muito queridos, gentilmente, havia se oferecido para me levar de carro até o aeroporto da capital gaúcha e me acompanhar até o meu check-in. Era um trajeto razoavelmente curto, não mais de duas horas, mas o cansaço dos últimos dias, aliado a um remedinho contra enjoo que eu havia tomado, me impediram de curtir a companhia deles, acabei cochilando boa parte do caminho.

Já no aeroporto, despachei minhas malas, tomamos um café e nos despedimos. Fui até o meu portão de embarque e aguardei pelo voo que me levaria até São Paulo. Dali em diante eu estaria por conta própria! Era um misto de nervosismo, ansiedade e curiosidade que só não era maior em decorrência do sono que eu ainda sentia! E o que vocês não sabem, é que aquela também seria a minha primeira experiência a bordo de um avião! Sim, primeira vez no céu e primeira vez além-mar, um sentimento impossível de descrever com palavras!

Superada a ansiedade do primeiro voo, era chegada a hora da grand voyage! Agora em São Paulo, novo check-in e mais algumas horas de espera para a conexão que me levaria para Amsterdam, na Holanda. Já era quase noite, e enquanto eu aguardava, observava a movimentação à minha volta, era impressionante a quantidade de pessoas, aeronaves, veículos, além de bagagens e equipamentos, circulando naquele espaço. Algo inimaginável pra quem nunca esteve lá, um ambiente caótico, e ao mesmo tempo, incrivelmente organizado.

Enfim, os portões de embarque abriram, e lá fui eu, ansiosa pra mergulhar naquele universo totalmente novo e desconhecido, o meu primeiro voo internacional e intercontinental, uma experiência única e que dificilmente será esquecida! No instante em que entrei naquela aeronave, o mundo que eu conhecia ficou para trás, as pessoas eram diferentes, os sotaques eram outros, e a língua oficial já não era mais a língua portuguesa, mas o inglês, seguido do holandês, porque eu havia escolhido uma companhia aérea holandesa.

Foi um voo longo, cansativo e nada confortável, pois a localização do meu assento não me permitia recliná-lo.  Os infortúnios da classe econômica!  Junto a isso, o inconveniente de sentar ao lado de uma senhora que, apesar de simpática, colocou na bolsa todos os itens que a companhia área nos cedeu ao longo da viagem, desde a manta para nos cobrirmos, até os talheres, que na época ainda eram de inox! Que vergonha! Mas o que não faltou, foram oportunidades para praticar o meu inglês e comida, muita comida, quase saí da aeronave rolando!

Se o aeroporto de São Paulo havia me impressionado, imaginem o de Amsterdam, infinitamente mais organizado! Chegando lá, foi uma corrida contra o tempo para não perder minha conexão com destino à Edimburgo, capital da Escócia! Fazer mais um check-in, passar pela fiscalização holandesa, ser convidada a sair da fila de passageiros para mostrar o conteúdo da minha bolsa [e pasmem, fiquei tão feliz em poder falar inglês, que nem me importei com o episódio], encontrar o portão de embarque e, enfim, partir para as Ilhas Britânicas!

Agora que a maratona de conexões chegava ao fim, a ansiedade era quase incontrolável, e o medo de ter o meu sonho interrompido no guichê de imigração, me sufocava! Entrei na aeronave, sentei e, em seguida, um senhor escocês sentou ao meu lado. Começamos a conversar, contei sobre Edimburgo [com a pronúncia do nome errada, é óbvio], ele repetiu a palavra, educadamente, pra que eu percebesse a diferença, e seguimos conversando. Fiquei tão tranquila e à vontade que, por um momento, esqueci toda a minha angústia!

Estávamos voando a pouco mais de hora quando o capitão avisou que pousaríamos em seguida, passados alguns minutos, olhei pela janela e lá estava ela, a capital escocesa. Quanta emoção! Desci do avião e fui em direção à imigração. Chegando lá, não havia ninguém, além de mim, na fila de estrangeiros. Mostrei meu passaporte e documentação, respondi algumas perguntas bem simples, e com um sorriso muito acolhedor, a oficial de imigração, uma moça gordinha, de rosto muito redondo e bochechas bem coradas, disse: ‘Welcome to Scotland and enjoy your stay!’

Eu não cabia em mim de felicidade, era surreal o que eu senti naquele momento! Busquei minhas malas, fui até o setor de chegadas, e lá estava a Mrs. Simmons, uma professora escocesa com quem eu havia trocado algumas mensagens por e-mail, segurando uma plaquinha escrita à mão, com o meu nome!  Nos apresentamos, fomos até o carro dela e dali para a casa dela, endereço onde eu ficaria por algumas semanas, até organizar aquela nova fase da minha vida!

Esta imagem foi o meu primeiro registro da cidade de Edimburgo, em 10/12/04.
Querem saber quais foram as minhas primeiras impressões e como foram os meus primeiros dias na Escócia? Eu conto pra vocês a partir do próximo relato, certo? Beijos e até breve!